Como esta coluna vaticinava há exatamente um ano, quando River perdeu a “promoção”e descendeu à Primeira B, todo o sofrimento imposto ao mundo riverplatense somenteteria sentido se River fizesse uma campanha vitoriosa, e voltasse à categoriamáxima com mais um título nas mãos.
Felizmente, foi o que aconteceu. Depois de 38 rodadas eletrizantes, não aptas paracardíacos, finalmente River levantou mais um trofeu de campeão e conquistou odireito de regresar a Primeira A. E não apenas isso: desde o começo a campanha deEl Millo foi um sucesso de público e arrecadação, ao ponto que os embates de Riverno Nacional B ofuscaram os jogos da categoria superior.
Além da volta a Primeira A, o título deve ser festejado; não há nada de mal nisso.River ganhou um torneio duríssimo, com quatro equipes que se disputaram palmo apalmo a ponta do campeonato, e em que times pequenos jogaram como nunca paraconseguir tirar pontos de River, “o grande da Capital”.
No início alguns pensaram que seria um passeio, que La Banda ganharia facilmente otorneio, e voltaria sem sobressaltos. A realidade foi diferente: como disse umexagerado forista por internet, para jogar com River os adversários “rendiam 150%de sua capacidade”. É verdade, como também que os jogadores de River acusaram oenorme peso da camisa, e em diversos momentos se deixaram levar pelo nervosismo e,no caso do DT pela falta de experiência na função.
Foi assim que, durante o torneio, River passou alguns maus bocados, e perdeu jogose pontos que na teoria pareciam fáceis. Em partidas importantes, nossos trêsmaiores atacantes – Cavenaghi, Chori e Trezeguet – perderam pênaltis quenormalmente não perderiam. Parece que a camisa de River é feita de chumbo mesmo. ..
Finalmente, a justiça divina prevaleceu, e El Millo voltou à Primeira A com um novotítulo para exibir em suas vitrines. Agora, é momento de pensar o futuro imediato,corrigir o que está errado, e reforçar o time para o novo Torneio Inicial.
Como bem disse nosso internacional francês David Trezeguet, o objetivo de Riverdeve continuar sendo ganhar títulos nacionais e internacionais. Para River, é omais natural:que River volte a ser River.

Missão cumprida

Missão cumprida - La Página Millonaria

Clube Atlético dos Rifadores da Bola. Penúltima rodada do campeonato e River continua empenhado em matar seus torcedores de infarto. Como aconteceu no primeiro turno em Mar del Plata, esta tarde no Cemitério dos Elefantes River fez tudo que pode para que outro time pequeno possa incluir na sua história que um dia ganhou do maior campeão da Argentina.
Mas não são os jogadores, não; é o técnico. River tem hoje um bom plantel que simplesmente não funciona em campo. Isto é responsabilidade do DT, que não sai para o jogo, é verdade, mas precisa mentalizar seus homens para que façam a coisa certa. Para a difícil missão de voltar à categoria máxima, River optou por um ex-jogador sem experiência prévia como DT – como anos atrás aconteceu com Negro Astrada. Algum outro time grande do mundo faria uma coisa assim? Claro que não. A preparação tática que Almeyda não tem está fazendo uma enorme falta agora.
River não tem técnico. A cada jogo, Matias Almeyda toma um banho de jogo tático de DTs que comandam equipes com orçamentos muito inferiores ao de Núñez. É assim desde aquelas tristes derrotas no torneio de verão. Todos os times pequenos jogam igual contra River. Só Almeyda ainda não entendeu.
Não estuda os rivais. Almeyda não sabe como eles jogam. Por isso, River se complica, e por isso sempre nos surpreendem. Esta tarde Patronato fez seu gol aos 8PT com uma jogada sobre o setor direito da nossa defesa, onde Ponzio hoje jogou improvisado como lateral. A bola chegou até o meio da área sem que ninguém interrompesse a trajetória. A equipe entrerriana repetiu a jogada várias outras vezes. A defesa de River – goleiro incluído – não viu o perigo. Quando, depois de 36 partidas, o DT não consegue parar uma defesa minimamente eficiente, algo está muito errado.
Não mentaliza seus homens. O Nacional B já acaba e El Millo continua jogando como um time sem urgências: não marca a saída de bola, não antecipa, não corta o passe, não cria superioridade numérica, não aperta o adversário. River, simplesmente, deixa jogar. Os homens de River não vão na “segunda bola”, e quando vão quase sempre chegam tarde, cometem faltas, e ficam pendurados com cartões.
Não tem jogadas preparadas. Tudo depende de improvisação, e de correr, correr muito para compensar o alto número de passes errados. E por que os homens de River erram tantos passes? Porque ninguém sabe ao certo o que o outro vai fazer. As cobranças de escanteios, então, são um total desperdício. Tudo isto é falta de treino tático sério.
The Desperate Coach. As mudanças que Almeyda fez hoje em Santa Fé foram muito ruins, típicas de um DT desesperado. Com a saída de Ocampos enfraqueceu o meio. Com a entrada de Villalba e Bou encheu o time de atacantes. Resultado: River perdeu de vez a batalha pela bola. Por isso, no ST River jogou pior do que no PT.
Isolado na direita. Chori Domínguez continua jogando aberto pela direita, quando sua presença é muito mais necessária e efetiva se posicionado como “enganche”- Chori é o único nesse time capaz de criar jogadas e abastecer os atacantes. Seu sacrifício não dá resultados; ele não tem com quem tocar a bola.
Cadê a linha de fundo? Não adianta mandar Trezeguet entre os zagueiros se não há ninguém para fazer a jogada com ele. Por isso David precisa descer constantemente até o meio-campo para tocar a bola. Esse homen poderia ser Villalba, que somente entrou no ST, quando o jogo já estava praticamente definido. Ademais, Trezeguet e Cavenaghi competem pela artilharia, e isto nem sempre é bom para o time.
De novo? Difícil entender como um jogador tão experiente como Chori, campeão várias vezes na Argentina e no exterior, pôde ser tão displicente e chutar tão mal um pênalti decisivo como o de hoje. A lógica era colocar a bola longe do alcance do goleiro. Muito, muito triste.
Em fim, River poderia estar hoje isolado na ponta, com o ascenso a Primeira A já garantido, e como virtual campeão. Agora, tudo isto está ameaçado, de novo. Depois, que Almeyda &amp; Cia. não reclamem de torcedores enfurecidos por tanta frustração.

Rifadores da bola

Rifadores da bola - La Página Millonaria

Há pouco mais de 2 meses esta coluna fez menção aos pontos que ian “ficando pelo caminho”. Naquele momento, ainda faltavam muitos partidas para o final do Nacional B e River tinha chances de se recuperar. Mas o tempo passou, e River continua num sobe-e-desce angustiante para o torcedor, que vê a chance de título cada vez mais longe.

Péssimo negócio para River foi o empate desta tarde contra Central, que deixou a equipe de Rosario 1 ponto mais perto do título, e River 2 pontos mais longe. Pontos perdidos que fazem cada vez mais falta, à medida que o campeonato chega ao fim e não restam muitos jogos para recuperar a ponta.

Central, cujo maior mérito é marca e disciplina, veio com esquema previsível: 2 linhas de quatro para congestionar a entrada da área, e 2 homens abertos pelas laterais para ganhar as costas dos zagueiros de El Millo. Para ganhar o meio-campo, principalmente no PT os Canallas abusaram das faltas, muitas delas violentas e ignoradas pelo juiz Delfino. River fez um grande gasto, mas não conseguiu pôr a bola no chão para armar as jogadas, e entrou na correria proposta por Central. Isto beneficiou o time rosarino, que preferiu a “ligação direta” com longas bolas aéreas para seus atacantes.

Uma equipe mal treinada. A quantidade de passes errados dos homens de River é exasperante. É por isso que todos precisam correr muito: quando a bola vai parar nos pés do adversário, é preciso correr o dobro para recuperá-la. Passe errado é sinônimo de bola perdida e provável contra-ataque – foi o que aconteceu hoje.

Não há jogadas ensaiadas. Nos escanteios e nas faltas, a única opção parece ser lançar na área para Cavenaghi ou Trezeguet. Não há jogadas de triangulação, para confundir os zagueiros, ou para facilitar o chute de quem vem de frente pro gol. Não há bolas lançadas nas “clareiras” atrás dos laterais – nem todos os passes têm que ser “no pé”. Hoje, principalmente no ST, River conseguiu fazer pressão e vários escanteios a favor, mas a custa de correr muito, desordenadamente, sem clareza ofensiva.

Uma equipe mal montada. Almeyda armou hoje um 3-4-1-2 que não podia funcionar. Contra adversários fechados é preciso abrir o jogo pelas laterais. Maestrico não consegui desenvolver pela esquerda, e ainda saiu machucado no PT. Na direita Chori lutou muito, mas essa não é sua função, e ainda esteve bem marcado. Chori é mais útil – imprescindível até – como meia de ligação para abastecer os atacantes. River hoje sentiu sua ausência nessa função. A prova: a bola quase não chegou nos atacantes, e não conseguimos abrir o marcador.

Com o congestionamento na área de Central, hoje não era jogo para 2 cabeças de área. Mais útil teria sido um atacante veloz com ofício para jogar pelas laterais. Cavenaghi ou Trezeguet, muito estáticos hoje, deviam ter ficado como opção no banco. E pelo menos um dos que andam pelo carril esquerdo tem que ser canhoto. É muito difícil para um destro concluir bem uma jogada de linha de fundo pela esquerda.

Faltam agora três rodadas. Fica claro que, se não quiser ver complicado seu ascenso direto,La Bandanão pode perder mais pontos.

Pontos que fazem falta

Pontos que fazem falta - La Página Millonaria

Foi o que deu River na tarde-noite de hoje ao vencer 1×0 o Instituto de Córdoba. Se a diferença no marcador foi mínima, ela foi bem maior no gramado. El Millo impôs seu jogo, marcou em todo o campo, e cortou os circuitos do time cordobés anulando suas individualidades. River criou não menos que 5 claras situações de gol, meteu duas bolas na trave, e no ST ainda teve 2 pênaltis – encima de Funes Mori e Ocampos – não sancionados pelo árbitro.
É verdade que não foi uma partida vistosa, mas foi eletrizante pelo ritmo que River impôs no castigado gramado do Monumental. Os homens de River entenderam o que era preciso fazer, e agiram acorde. O objetivo hoje era vencer, por qualquer marcador, e este foi alcançado. A vitória de La Banda ganha importância por ter sido contra o líder e um dos times com melhor futebol do campeonato.
 
Outra vez apareceu a estrela goleadora de Trezeguet. Sua contagiante alegria no festejo dá a impressão de que nasceu em River. David é o goleador típico: quando a bola chega ele já está posicionado, é só empurrar e correr para o abraço. Já são 8 gols do franco-argentino em tão somente 11 partidas, todo um recorde. Nunca entendi por que, na seleção francesa, Trezeguet era relegado pelo DT Domenech, que obviamente preferia o Henry.
 
Cavenaghi, embora um pouco lento e impreciso, e Chori Dominguez deram tudo em campo, e também tiveram chances de marcar. Ponzio, que começou um pouco perdido, e no PT cometeu um pênalti que o juiz não sancionou, acabou se firmando, e até arriscou chutar um par de vezes de fora da área.
 
Cirigliano cumpriu bem sua função de cortar a comunicação dos cordobeses no meio e fazer a transição para o ataque. A defesa millonaria teve pouco trabalho, o que é muito dizer contra homens rápidos e habilidosos como os de Instituto.
 
Um parágrafo aparte para o Maestrico. Não é fácil para um destro fazer jogadas de linha de fundo pela esquerda. No entanto, o venezuelano, de grande personalidade se saiu muito bem, e teve participação fundamental na jogada do gol.
 
Em resumo, se na partida de hoje não houve luxos, houve grande efetividade. La Banda ganhou merecidamente, e poderia ter conseguido um placar mais abultado não fossem a tranquilidade do rival e os nervos à flor da pele dos homens de River.
 
Agora, vamos a Mar del Plata pela revanche.

Um grande passo

Um grande passo - La Página Millonaria

Depois da inexplicável derrota contra Atlanta, em Liniers, pela B Nacional, River voltou ao caminho do triunfo. Primeiro, derrotou 2×1 a Quilmes pela Copa Argentina; depois, superou 2×0 a Huracán, outra vez pela B.
O jogo com Atlanta teve coisas estranhas: 1) El Millo jogou mal e perdeu em um estádio onde costuma ser local; 2) O maior mérito do rival foi converter a única chance de gol que teve, e ter conseguido anular o ataque de River; 3) Cavenaghi, goleador de River, e do campeonato, perdeu um pênalti, algo raro de acontecer.
O de Lorefice foi um golaço, mas havia 6 jogadores de River apenas olhando o que faziam os 4 de Atlanta. Lorefice teve todo o tempo do mundo para receber, acomodar e chutar a bola sem ser molestado. Se nossos defensores deixam nossos rivais jogarem tranquilos desse jeito, sempre vamos tomar gols assim.
Não concordo com certos comentaristas, sejam puxa-sacos oficialistas, ou nobres colegas da LPM: o pênalti sofrido por Trezeguet foi claro e legítimo: a) Quiles segurava nosso homem desde antes de este receber a bola, e somente se afasta depois de desequilibrar o jogador millonario; b) o árbitro Echenique estava a poucos metros da jogada e sancionou o pênalti sem hesitação; c) o erro de Cavenaghi pode acontecer com qualquer um e não invalida a sanção – mas ele devia ter deixado o franco-argentino chutar.
De volta ao triunfo, não há tempo para descansar: já estamos na conta regressiva para o confronto do próximo sábado com Instituto, atual líder do torneio. Trata-se de jogo decisivo: La Banda não apenas “não pode perder”, como se costuma dizer, mas tem a obrigação de ganhar.
Incluída a próxima batalha contra Instituto, faltam somente 9 rodadas para o fim do campeonato, e 4 pontos ainda nos separam do líder. Se River quiser confirmar que é sério candidato ao título, este é o momento.

Contagem regressiva

Contagem regressiva - La Página Millonaria

Na última entrega alimentávamos a expectativa de vencer Quilmes e começar a por distância dos adversários diretos. Lamentavelmente não foi assim: 1 ponto em lugar de 3, matemática que não nos convém. O torcedor voltou para casa com o sabor desagradável de um empate em zero em pleno Monumental.







A seguir, veio o alívio na forma de uma linda vitória contra Sportivo Belgrano em Catamarca: 2×0 com dois belos gols de Martín Aguirre (15ST), e Rogelio Funes Mori (39ST), para El Millo continuar firme na Copa Argentina.

 


A defesa, mais uma vez. Este sábado, a partida contra Defensa y Justicia, em teoria, se apresentava fácil. Instituto tinha perdido em Rosario, e River tinha nova chance de se isolar no topo da tabela. Porém, La Banda voltou a decepcionar. Como é possivel tomar três gols numa única partida? Pois é, River ontem conseguiu.

 

É verdade: River também converteu três, e teve várias outras chances. É verdade: no primeiro de DyJ, Matías Díaz deu uma sorte incrível e marcou um golaço que não queria. Mas os outros dois foram por falhas grossas da defesa riverplatense. No segundo, córner fechado desde a esquerda: os zagueiros, em lugar de mandar a bola pro escanteio, se deixam antecipar na pequena área. No terceiro, boa jogada de Piriz Alves dentro da área: os zagueiros ficam olhando em lugar de cortar o centro curto e baixo para a cabeçada de peixinho de Bustamante.

 

Alguma coisa está muito errada em um time que leva três gols numa partida. Apesar da má atuação geral, River teve sorte de contar com noites inspiradas de Ocampos e Trezeguet. Mas isso às vezes pode não funcionar.Cansa ficar repetindo: primeiro, a defesa. Almeyda precisa trabalhar exaustivamente como neutralizar bolas levantadas na área de River, principalmente em tiros de equina, ou pelas lateriais com equipes que jogam com homens abertos pelas pontas. São bolas perigosas que não dá para deixar livradas à improvisação, ainda mais quando a defesa de River precisa se apoiar em zagueiros jovens e pouco experientes como agora.
 
 

Outros dois pontos, teoricamente assegurados, que ficaram pelo caminho. É preciso trabalhar estas falhas defensivas antes que seja tarde.

Pontos que vão ficando pelo caminho

Pontos que vão ficando pelo caminho - La Página Millonaria

Que lindo quando o time ganha, ainda mais quando é de forma tão contundente como nestes dois últimos jogos. De duas das melhores regiões vinícolas argentinas, Mendoza e San Juan, do sopé dos Andes, River volta com duas lindas vitórias, belo presente para o sofrido torcedor que o faz jogar de local em qualquer estádio do país.
O primeiro: impressionante chute de Ponzio, forte e de pelo menos 40 metros, para abrir o marcador aos 20PT. Seguro, regular e polivalente, Ponzio chuta com a potência e a confiança dos que sabem. O rosarino é um desses jogadores que River nunca deveria ter deixado ir.
O segundo: contra-ataque, toque sutil e definição. Já tínhamos avisado que Funes Mori era um grande atacante. Com continuidade, Rogelio ainda vai dar muitas alegrias ao torcedor. E nada melhor que estar acompanhado de Cavenaghi. Com um toque de luxo, com a cara externa do pé direito, entrega a Funes Mori um “mamão com açúcar”. E em 5ST Rogelio define como grande goleador, de direita e ao pau oposto do goleiro.
O terceiro: em família. Com esses dois teria bastado, mas a 24ST o outro Funes Mori, Ramiro, vai na área de Desamparados buscar o centro perfeito de Ponzio. A cabeçada, forte e alta, não dá para o goleiro. Faltando pouco mais de 20’ para o final, La Banda já tinha igualado o marcador conseguido em Mendoza.
O quarto: cereja do bolo à francesa. Como quem não quer nada, aos 45ST Trezeguet ainda vai fazer o quarto. Outro belo passe de Cavenaghi, quem de primeira habilita seu companheiro. Impressionante a tranquilidade do franco-argentino para receber, se acomodar, e tocar para o gol ante a marca do adversário. E contagiante a alegria de David, que com um sorriso de orelha a orelha corre a passos longos abraçar seus companheiros.
Para sermos justos, houve festejo em todos. Foi lindo ver o homens de La Banda se abraçando depois de cada gol. Isto sim é River: um futebol solidário e alegre. Este é o Millo que todos queremos ver: um time com fome de gol, e que busca a meta adversária até o último minuto.
Agora, a preparar-se para enfrentar o Cervecero e deixar atrás um dos adversários diretos no caminho rumo ao título.

A alegria é riverplatense

A alegria é riverplatense - La Página Millonaria

Com um sólido triunfo por 3×0 sobre Independiente Rivadavia, El Millo voltou ao topo da tabela, de onde esperamos não saia até o final do torneio. River jogou como se deve: cortando o circuito adversário no meio e saindo rápido no contra-ataque, com três belos gols de Chori, Cavenaghi, e Trezeguet, cada um mais espectacular do que o outro. Uma bela festa no Monumental, para o torcedor continuar acreditando.

Vendo este nível de desempenho em campo, a gente se convence de que River tem time para ganhar este campeonato. Mas não há espaço para relaxar: o torneio é longo, há vários pretendentes de peso, e muita coisa pode acontecer. Funes Mori e Keko Villalba precisam de mais tempo em campo para mostrar que bons atacantes são.

Não apto para cardíacos este Nacional B: Instituto e Quilmes continuam ganhando e dividem a ponta com River. Como já teve com o clube de Córdoba, se passar por Desamparados de San Juan, La Banda terá novo “confronto direto” com o Cervecero, por enquanto também candidato ao título.

Parafraseando duas glórias riverplatenses, como Ruggeri e Morete, River deve pensar tão somente em voltar a Primeira A. Para isso, deve jogar cada partida como se fosse uma final: deixando a vida em cada bola. É assim que se joga na B. É assim que todos jogam contra River.

É fundamental evitar curto-circuitos como os que ocorreram recentemente: brigas dentro de campo, expulsões, etc. Almeyda precisa acalmar os ânimos de seus pupilos e fazer com que pensem somente em gostar, ganhar, e golear. É o que o torcedor quer. É o único que importa.

Para continuar acreditando

Para continuar acreditando - La Página Millonaria

Para alguém que olhasse de fora, estava tudo muito claro. River chegava a estes “superclássicos” muito ansioso. Todos falavam demais: Almeyda, Cavenaghi, Chori. Davam a impressão que iam fazer picadinho de Boca. Porém, River chegava duplamente ferido: por não ter ganhado de Boca nos últimos encontros “oficiais”, e por ter sofrido, no mesmo ano, o rebaixamento para a “B”, e ainda ter visto o eterno rival campeão invicto da “A”.
O que aconteceu na prática foi bem diferente. Um River ferido e ansioso, com um ataque que durou menos que um suspiro, e se apagou como uma vela ao vento. Por isso, depois de sofrer a segunda derrota em quatro dias, e três gols a zero, o melhor que Almeyda, Cavenaghi, Sánchez podem fazer é fechar a matraca. Nada do que disserem vai mudar absolutamente nada: o resultado, sua pífia atuação em campo, ou a absurda briga sem motivo de “Chori”.
Vontade só não basta. Em colunas anteriores vínhamos alertando para a falta de ofício do DT Almeyda. Estes jogos se começam a ganhar no vestiário. Não deu outra: velho zorro, Falcioni se aproveitou da inexperiência do nosso DT e lhe pôs uma armadilha. Almeyda – que justo num jogo crucial resolveu “testar” uma formação diferente – achou que River fosse golear. O domínio inicial de La Banda durou apenas 5’; depois, os contra-ataques de Boca fizeram o estrago, e houve até cheiro de goleada no ar.
Na segunda partida, a imagem de Mouche cabeceando sozinho para o gol vazio diz tudo. Alguns ainda falam que River jogou melhor, e chamam o rival de mesquinho. A verdade é que apenas um gol foi suficiente. Ainda bem; mais teria sido humilhante. Boca jogou como o fez sempre: defendendo bem atrás e saindo rápido no contra-ataque. E com River não ia ser diferente, porque era River quem precisava ganhar; era River que precisava demonstrar algo. Parece que somente Almeyda não sabia.
É preciso reconhecer: River ainda não aprendeu a jogar contra esa formação táctica. Por isso sofreu com Aldosivi, Rosario Central, Atlético Tucumán y Boca Unidos. E, se não aprender, continuará sofrendo. Nestes superclássicos de verão, Falcioni deu a Almeyda uma lição (que esperamos saiba aproveitar). Primeiro, a defesa. Somente com uma defesa bem parada é possível ganhar o jogo. E quem não faz, toma.
Agora, é fechar a matraca e trabalhar.

A matraca, só no Carnaval

A matraca, só no Carnaval - La Página Millonaria

Junto com 2011 termina o que seguramente deve ser o pior ano da história do maior e mais campeão clube de futebol da Argentina. O rebaixamento à segunda divisão representa a promessa não cumprida, de Passarella e Almeyda, atuais presidente e DT respectivamente, de que isto nunca aconteceria. Sem merecer, ambos têm a impensável segunda chance de, agora sim, fazer as coisas bem.
Como esta coluna apontou desde o começo, a única coisa capaz de apagar o desgosto do rebaixamento é a volta triunfal à primeira divisão e um novo troféu nas vitrines do Monumental. A campanha de marketing deste River sensação ganhou as ruas graças à força da torcida, e quase sem participação da dirigência. Ídolos riverplatenses, como Cavenaghi, e outras renomadas figuras, como Domínguez, ao firmar seus contratos com La Banda deram testemunho da inegável força da camisa e da Nação Riverplatense.
Resta agora que esse grupo de homens faça sua parte dentro de campo, e devolva a alegria e ao sofrido torcedor. Durante o semestre que termina, El Millo desperdiçou várias chances de ficar sozinho na ponta da tabela; pontos perdidos que são espinhas atravessadas em nossas gargantas, e podem fazer falta na segunda metade do campeonato. Como Ruggeri bem disse em sua entrevista, os homens de River devem entender que “cada jogo é uma final”.
Todos precisam entender isto, mas ninguém melhor que Almeyda. Na maioria dos jogos, nosso DT tem do outro lado treinadores mais experientes do que ele – marinheiro de primeira viagem – desejosos de lhe pôr armadilhas e lhe dar uma lição. Foi o que aconteceu com Atlético Tucumán, Aldosivi, Rosario Central. Nenhum clube da B resiste à tentação de dar um susto em River, “o grande da Capital”.Por isso, não se pode jogar sempre igual e esperar que dê resultado. Cada jogo deve ser planejado de acordo com o adversário. Se alguém quer saber como jogar, que reveja a final Barcelona 4×0 Santos, uma verdadeira aula de futebol moderno e bem jogado.
Nestas férias, descansar sim, esmorecer não.A recarregar as pilhas, River. Aproveito para desejar a todos um Feliz e Próspero 2012 com River campeão.

Recarregar as pilhas

Recarregar as pilhas - La Página Millonaria

Artigo originalmente escrito em 01/11/2011.
Quando dias atrás Cavenaghi andou falando que era difícil River perder, confesso que fiquei preocupado. Não era hora de “salto alto”, como se diz aqui quando um time acha que já ganhou. Dito e feito: La Banda jogou mal e perdeu com o pequeno Aldosivi, em seu primeiro jogo da história com a equipe marplatense.
Nas duas últimas rodadas, El Millo fez tudo para perder a ponta e comprometer sua volta tranqüila à 1ra. divisão: empata sem gols no confronto direto com Instituto e, na seqüência, perde com Aldosivi. Corolário: River marcha agora 2do. com 23 pontos, a dois do líder.Se a gente elogia quando a equipe joga bem, temos o direito de criticar quando joga mal.
Como é possível perder, de local, para uma equipe pequena, e encima jogando mal? Onde está o líder dentro do campo, aquele capaz de pôr ordem nas linhas?Os dois gols de Aldosivi derivaram de tiros de esquina. Nas duas vezes, River foi pego no contrapé. Os homens de Aldosivi cobraram esses escanteios de forma magistral, uma acabada aula de como se deve cobrar um corner. No primeiro, a cobrança no segundo pau engana toda a defesa de River; Furios devolve a bola ao pau oposto, longe do alcance de Chichizola. No segundo, cobrança no primeiro pau para a antecipação perfeita de Zunino.
Foram claramente duas jogadas ensaiadas, e executadas primorosamente pelos homens de Aldosivi. Enquanto isso, segundo as palavras de Cavenaghi era “difícil River perder”. O que é realmente difícil é entender por quê um jogador experiente como Cavenaghi faz esse tipo de declarações, demonstrando um excesso de confiança a esta altura injustificado.Excesso de confiança, aliás, em que o próprio Almeyda, ainda jogador, tinha incorrido quando prometeu que River ganharia a promoção se tivesse que jogá-la. Promessa não cumprida, como bem sabemos.
Um tropeção qualquer um pode ter, mas que sirva de lição. É preciso jogar cada partida como se fosse a última. O “olho gordo” é muito forte.

Acelerar, não pisar no freio. . .

Acelerar, não pisar no freio. . . - La Página Millonaria

O torcedor já está acostumado: se River ganha o campeonato, como em 2008, com vários pontos de vantagem sobre o segundo, nos tiram mérito porque acham que “deveria ter sido por más”; se fica último, então . . .



Por exemplo, contra Ferro La Banda não jogou mal, mas o destaque foi para o empate sem gols, e os dois rápidos baixinhos verdolagas que segundo os puxa-sacos oficiais “complicaram” a defesa de River. Isto sem contar o claríssimo pênalti a Carlos Sanchez aos 6ST, não sancionado pelo árbitro.
 


No jogo seguinte, o mérito da estrepitosa goleada por 7 a 1 teria sido da “debilidade” de Atlanta, e não do futebol contundente exibido por El Millo. Contra Huracán, chegaram a dizer que River “se salvou”, sem importar que ganhou, de virada e com justiça, com dois belos gols desse bom jogador que é Aguirre.
 


Contra Instituto, junto com os vários gols, La Banda perdeu também uma grande oportunidade de se isolar no topo da tabela. Adversário direto, uma vitória contra o time cordobés teria deixado River em 1ro. com 25 pontos, a confortáveis 4 pontos de distância.
 


Agora, no próximo sábado 29/10, é hora de pisar no acelerador. Um bom triunfo sobre Aldosivi dará a River a tranqüilidade necessária para visitar, no jogo seguinte, a Gimnasia (J), um adversário com vocação para nos complicar. Com apenas 9 pontos, o tradicional clube marplatense marcha antepenúltimo e não deve ser parada difícil.
 


Porém, considerando os dissabores dos últimos anos, é sempre melhor prevenir do que remediar. Hora de acelerar, River.

Hora de acelerar

Hora de acelerar - La Página Millonaria

Com gol agônico de Funes Mori aos 42ST River empatou com DyJ. Com 11 pontos, El Millo está agora segundo na B Nacional, a 2 do líder, Gimnasia (J). Este empate encima da hora contra um dos nanicos do futebol argentino tem de servir para acender um alerta amarelo. É preciso mudar enquanto é tempo.
Antes de iniciar o campeonato, esta coluna tinha alertado para a falta de experiência de Pelado Almeyda como DT. Sentir a camisa é bom, mas é preciso entender de futebol fora do campo. As partidas começam a ser ganhas desde o vestiário. Quem veste o agasalho de DT tem que entender que não se pode jogar sempre da mesma forma. É preciso estudar cada rival para evitar surpresas.
É exatamente isso que o técnico de DyJ fez: estudou como joga River, e preparou sua equipe para surpreender no contra-ataque. Os dois gols do time verde-amarelo não foram coincidência: duas bolas precisas lançadas em velocidade, pelas laterais do campo, com 40 ou 50 metros livres às costas dos defensores de River. No primeiro – não sem uma boa dose de sorte – a bola rebota em Piriz Alves depois de uma defesa parcial de Chichizola. No segundo, uma falta a favor mal executada por Domínguez provoca um veloz contra-ataque que pega todo River no contrapé, e o passe preciso a Piriz Alves, que sem marca ainda tem tempo de acomodar a bola na coxa antes de mandar o disparo.
Novo time, velhos problemas. Os dois gols foram graves falhas do sistema defensivo de River, que foi pego de surpresa. Aqui precisa aparecer a mão do técnico. Não se entende por que, após fazer 1×0, River não assumiu uma postura diferente, por que se deixou surpreender no contra-ataque, por que não deixou DyJ fazer o gasto. Continua faltando um líder dentro de campo, esse jogador que orienta seus companheiros quando o time parece perdido. Isto fica mais evidente em times ainda desentrosados como este River. Como jogador, Almeyda tinha muita raça e entrega, mas não possuía essa característica.
Pelado Almeyda precisa trabalhar isto urgente, e preparar o time para os casos em que as coisas não funcionam bem. Por outro lado, acertou na escalação de Funes Mori, que ainda vai ser um grande goleador. E mais um ponto também para Cavenaghi, que demonstra manter intacto seu faro de gol.
Alerta amarelo, River.

Alerta amarelo

Alerta amarelo - La Página Millonaria

Enorme a satisfação de ver a River com aproveitamento ideal neste início do Nacional B: seis pontos sobre seis. Desta vez, El Millo ganhou de virada e como visitante. O torcedor riverplatense encheu o estádio “Malvinas Argentinas” e fez sua esquadra jogar de local. Como para voltar a sonhar.
Com o gol madrugador de Independiente Rivadavia aos 9PT, por alguns instantes parecia que os velhos fantasmas sobrevoavam Mendoza. Mas a ansiedade durou pouco. Este novo River, com cara e jeito de “Pelado” Almeyda, logo pôs as coisas em seu lugar.
Espetacular a cabeçada de Ocampos para empatar o jogo aos 19PT, com nada menos que seis homens de River no início do ataque. El segundo,de Aguirre aos 39PT, outra vez com meio time buscando o gol, mostra o renovado espírito ganhador desta equipe. Na bola vão dois, três; não importa quem a mete, o importante é que entre no gol. No terceiro, Sánchez, que já tinha participado no segundo gol, rouba uma bola na intermediária aos 23ST e mete um furibundo chute de meia distância para pôr números definitivos.
Com este início de campeonato a puro gol e vitória, começa a cumprir-se o que esta coluna havia vaticinado: a presença de River prestigia o Nacional B como nunca antes tinha acontecido. Ganha o futebol e ganha o aficionado.
Claro que ainda é muito cedo para se deixar levar pela euforia. Trata-se de um campeonato longo e duro, no qual os adversários vão querer luzir-se contra River, o grande da Capital. É preciso manter o foco, planejar cada jogo como se fosse uma final, e construir uma seqüência de triunfos.
Vamos River, vamos levar outra taça para Núñez!

Um River 100%

Um River 100% - La Página Millonaria

Todo riverplatense sabe: a humilhação do inédito rebaixamento somente terá valido a pena se for para que River ponha mais uma taça de campeão em suas vitrines e volte triunfante para a elite do futebol argentino. Foi exatamente isso que ocorreu aqui com dois dos times mais populares do Brasil: Palmeiras e Corinthians. Desta forma, a enorme distância em títulos conquistados que separa a River do segundo colocado ficará ainda maior (hoje o outro time precisa como mínimo de uma década para alcançar os incríveis 33 títulos de La Banda).
Uma bem planejada jogada de marketing deveria ter começado no mesmo momento em que o apito do árbitro condenou a River a jogar na segunda divisão. Isto poderia incluir o lançamento de uma nova camisa para ser usada este ano. Lamentavelmente, pelo que vi durante a apresentação de Cavenaghi e nos vídeos que publicou, DAP tem pouco talento para falar em público. Não importa: ainda dá tempo de transformar este campeonato da “B”, este ano prestigiado pela presença de River, em um grande acontecimento, algo nunca antes visto na Argentina. DAP precisa entender isto, e deixar o planejamento de marketing por conta de gente mais experiente.
Já dentro do campo o jogo é outro e a equipe precisa estar à altura das expectativas, que são enormes. É preciso entender que os outros times da “B” vão se sentir como Davi contra Golias, e não perderão a chance de ferir a River se esta se apresentar. Como DT, Almeyda é uma incógnita; igual que Leonardo Astrada quando estreou como DT em River, Almeyda não tem experiência prévia, e isso pode ser um problema. Do lado de fora da linha de cal, as coisas se vêem diferentes; um jogador, por melhor que seja não se transforma em DT da noite para o dia.
Desde o começo, Almeyda precisa montar um time eficiente e competitivo que: a) defenda bem; b) seja rápido na passagem da defesa para o ataque; e, c) crie situações de gol como para converter três ou quatro por partida. Para deixar atrás a anemia de gol que River padece atualmente não adianta só gritar nos treinamentos. O DT precisa desenhar e treinar à exaustão as jogadas que seus pupilos farão depois dentro de campo. Nada deve ficar de fora: jogadas de linha de fundo, corners, cobranças de falta, e até pênaltis (ah, se Pavone tivesse convertido aquele contra Belgrano, que diferente poderia ter sido).
Mas vamos dar ao “Pelado” um voto de confiança e desejar a ele e sua esquadra a melhor das sortes. O torcedor, como sempre, fará sua parte e seguirá e alentará a River onde for preciso. No campo, os homens que vestem a gloriosa camisa precisam estar muito cientes de sua responsabilidade. A glória de River – e a saúde cardíaca de todos nós -assim o exige.

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