O que dizer que já não tenha sido dito nas entregas anteriores? Este River de Gorosito não é muito diferente do time de Simeone do ano passado: continuam a falta de jogadas de ataque, o excesso de passes errados, e as falhas defensivas em momentos chave da partida. É por isso que, sem ter jogado realmente mal, na noite de ontem River perdeu pelo assombroso placar de 3×0.
Porque Nacional não foi muito mais que River, como para merecer esse resultado enganoso. Mesmo com o jogo 0x0, Nacional abusou dos chutões pra cima. Iam apenas 20 segundos de jogo quando um remate de Gallardo saiu tirando tinta da trave esquerda de Muñoz. Aos 37PT, ainda 0x0Flaco Fernandez comete um claro pênalti sobre Gallardo que Chandia não sanciona.
Principalmente no PT, River tentou pôr a bola no chão e sair jogando; em muitas passagens foi inclusive mais que Nacional, e dominou o campo e a bola. Mas este River não consegue transformar toda essa movimentação em gols. Nacional, ao contrário, jogou mais feio, mas foi muito mais contundente na hora de definir -egoles não se discutem. Foi assim que o conjunto uruguaio acabou construindo esse placar exagerado.
Barbosa não tem responsabilidade no primeiro gol, em que Nico Sánchez está mais preocupado em fazer falta em Medina do que na bola; esta acaba sobrando para o Flaco Fernandez que na corrida faz 1×0. Aqui cabe uma breve análise: a liberdade que Fernandez teve pelo corredor direito de seu ataque durante toda a partida é conseqüência direta da falta de uma ocupação efetiva da faixa esquerda por parte de River – uma falha que esta coluna critica há muito tempo.
Mas, se não teve culpa no primeiro, o segundo gol é mérito exclusivo seu. Em lugar de tentar segurar a bola, Barbosa deveria ter mandado o chute de Lodeiro para o escanteio. A bola lhe escapou das mãos, o goleiro se complicou, e terminou enfiando a bola dentro da própria meta. Esse gol acabou por derrubar a moral de River.
Com 2×0 aos 28ST, Nacional já não precisou fazer mais nada e se limitou a explorar os contra-ataques. Como a defesa de River marca mal e muito atrás, num desses contra-ataques Ahumada teve que fazer uma falta perigosa sobre a linha da grande área. O tiro livre de Victorino foi impecável. Barbosa nem se mexeu.
Pese a que não teve uma boa atuação, Gallardo foi o melhor de River; correu muito e tentou distribuir jogo. O problema é que não tem com quem tocar rápido para poder se livrar da marcação. Ontem, Sambueza esteve ausente do jogo; nem reforçou o meio-campo e nem fez desbordes pela esquerda.
Fabbiani continua fora de forma e ontem se notou mais que outras vezes. O Ogro não vai à bola; espera que chegue até ele. Quando desce para tocar, custa muito a voltar. Além disso, cabecear não é seu forte, e não adianta lançar centros sobre a área contrária se River não tem quem cabeceie.
Esta nova derrota põe a River na situação de não poder perder mais pontos se quiser classificar para a fase seguinte.
Milagres acontecem, mas o resultado de ontem não deixa muita margem para a esperança. Tomara que queime a língua.



