A goleada por 3×0 que River aplicou sobre USMP de Peru nesta quinta-feira foi totalmente inútil. Do clube mais campeão da Argentina, a torcida esperava resultados assim muito antes, e com o Monumental lotado – e não semi-vazio como anteontem – e uma passagem a oitavas de final sem sobressaltos. As câmeras da TV mostraram um Gorosito contido, que não festejou os gols.
Não sou dos que crêem que um time campeão se faz com grandes figuras. Exemplos sobram, inclusive no Brasil, onde o Corinthians, recém regressado da segunda divisão, está a um passo de levar o título estadual com um time de aplicados guerreiros. Sua maior virtude? Executar à perfeição o plano traçado pelo técnico Mano Menezes. Mesmo se neste domingo perder a final contra o Santos, algo altamente improvável, o feito até aqui por esse elenco merece todo nosso respeito. O “Timão” pratica hoje um futebol eficiente, sem firulas,e às vezes até com direito a “olé”, como quando na fase anterior eliminou o São Paulo, duplo tri-campeão brasileiro.
O diagnóstico dos colegas é acertado: no River atual não há figuras, mas um grande número de medíocres. Esta coluna sempre defendeu que, se num time não há craques, deve pelo menos haver raça e determinação. Raça para remontar situações adversas, e determinação para buscar o resultado necessário. Estes dois fatores são fundamentais em torneios curtos como a Libertadores, em que times sem figurões têm se saído muito melhor. Nada disto vemos no River atual.
Por razões que não chego a entender, esses medíocres tiveram seus contratos sucessivamente renovados pelo CARP. Todos sabemos quem são esses jogadores, que somente deveriam jogar em clubes sem grandes ambições. Já demonstraram que não valem a roupa que vestem e nunca deveriam ter sido contratados por River.
Gorosito entrou agoraem tempo adicional. Começou mal o ano e fez um triste papel no torneio de verão. Restando 8 rodadas deste Clausura, River marcha em 5to. lugar a 6 pontos do líder. Quase não pode se dar ao luxo de perder mais pontos, ou corre o risco de ficar de fora da luta pelo título, a esta altura um prêmio de consolação ante a catastrófica eliminação na Libertadores.
Pipofoi um grande jogador e sabe que é agora ou nunca. Chegou a hora de demonstrar que tem nível para dirigir a River, e arrancar desse elenco medíocre um campeonato, para devolver a alegria ao torcedor e poder recomeçar. Sem mais desculpas, pois todas foram já usadas antes. Agoraé ganhar, e dar a volta nos braços da torcida, ou ir embora com a cabeça baixa e pela porta dos fundos.



