Não que esta tarde em Rosario River tenha jogado bem. Ao contrário,foi o mesmo time medíocre e sem idéias a que já estamos acostumados. Mas isso até o quarto de hora do ST quando, em cinco minutos, virou um jogo que parecia irremediavelmente perdido.
Central saiu com a clara premissa do contra-ataque. Assim, conseguiu a vantagem aos 15PT em jogada pelo nosso flanco direito, em que três homens de River apenas observam como Ezequiel Gonzalez passa para Milton Caraglio converter. Ojeda ainda sai atrasado para tapar o disparo e fica a metade do caminho: 1 a 0. Central poderia ter convertido poucos minutos antes, quando em jogada similar sobre o lento Cabral, o chute cruzado de Caraglio saiu raspando a trave esquerda de Ojeda.
River tinha o domínio da bola, mas não jogava bem e errava muitos passes. Nas poucas vezes em que atacava, Central levava mais perigo. A partir do gol canalha, então, River se desinflou de vez. Voltou a ser esse time sem dono, em que os jogadores parecem querer se livrar da bola o mais rápido possível. É o mesmo que vimos em 2008: muita correria, sim, mas muitos erros e nada de idéias.
Não sabemos o que Gorosito falou nos vestiários, mas começou o ST eRiver continuou igual e até pior. Passavam os minutos e A Banda quase não passava do meio-campo. Comecei a temer pelo segundo gol canalha e outra tarde negra para River. Até que Pipo perde a paciência e, aos 12ST, faz duas substituições de uma vez: Fabbiani por Rosales e Barrado por Buonanotte. Ai tudo mudou: como na quinta-feira contra Nacional, mais uma vez assistimos ao curioso e contagiante “efeito Fabbiani”.
O Ogro foi, de novo, fator de desequilíbrio. É inegável que com seu entusiasmo e sua vontade contagia aos outros. Fabbiani não é centroavante de esperar o passe; ele se posiciona bem, vai a todas, e “segura” a bola para seus companheiros. Apesar de seus 102 kg, o vigor físico de Fabbiani impressiona: ele é derrubado por dois ou mais homens de Central e, apesar dos quase 40 graus em Rosario, se levanta rápido e continua lutando. Esta tarde, até afastou de cabeça um perigoso cruzamento de Central sobre nossa área. Que diferença você está fazendo, Ogro!
Não vamos nos deixar levar pelo entusiasmo exagerado: este River de Gorosito não joga bem e ainda tem muitas falências. Precisa trabalhar e muito para melhorar. Mas tenho – todos temos – a sensação de que a fase ruim vai ficando para trás.
