Pelo placar mínimo River acaba de derrotar Gimnasia y Esgrima de Jujuy no Monumental. Jogando por momentos francamente mal, com este magro triunfo La Banda se mantém em quinto lugar no torneio, a 6 pontos do líder Vélez. Mesmo sem convencer, River fez todo o gasto do jogo, e com um pouco mais de pontaria poderia ter ampliado. Curiosamente, a equipe de Jujuy, que luta para não ser rebaixada, veio num esquema de contra-ataque como se o mais necessitado fosse River.
River, desta vez, veio com nova formação no meio-campo, que incluiu Ahumada e Nico Domingo de “duplo cinco”, o juvenil Mauro Diaz caindo pela faixa esquerda, e Buonanotte como meia de armação, e Rosales e Radamel no ataque, num esquema 4-3-1-2. Mesmo de forma desordenada, River atacou muito e teve várias chances de gol, principalmente nos pés de Falcao, Buonanotte, Diaz e Rosales.
Não obstante, GyE (J) encaixou alguns contra-ataques preocupantes, a maioria pela faixa esquerda da defesa de River, onde a dupla Sanchez-Villagra continua dando muitas vantagens. Praticamente, todo atacante lançado por essa faixa é capaz de levar perigo. Nos últimos tempos, todos os técnicos adversários utilizam a mesma arma contra River, sabendo que um lateral esquerdo e um segundo zagueiro destros – e ruins de bola -têm grandes dificuldades em parar essa jogada.
No início do ST, Gorosito fez uma substituição arriscada, Barrado por Domingo, com a provável intenção de ter saída mais fluida no meio. O resultado foi que nos primeiros 10′ River não encontrou a bola, e GyE (J) passou a ameaçar com mais insistência. Buonanotte tenta, mas não funciona como criador de jogadas; pelas suas características, o Enano tem que jogar como atacante, com liberdade para cair por ambos os lados do campo e fazer valer seu drible curto e rápido mais perto da área. Hoje, o único homem de River com capacidade para armar jogadas de qualidade é Marcelo Gallardo, algo muito preocupante.
Com efeito, o gol de River veio recém aos 13ST na primeira bola tocada por Gallardo, que tinha ingressado 1’ antes por Rosales. Muñeco recebe a bola na intermediária, avança já “vendo” a jogada, e toca à esquerda para Falcao que entra na área e define cruzado na saída do goleiro. A bola ainda toca no pé de Pezzuti, parece que vai pra fora, e entra no gol. River 1×0 numa jogada que foi uma pequena aula de futebol, não só pela finalização de Radamel, mas também pelo timing perfeito de Gallardo para receber, avançar, e passar.
O fato é que o time luta muito, tenta ir adiante e fazer gols, mas não joga bem. A defesa não antecipa, e deixa grandes buracos às suas costas. O meio-campo continua errando muitos passes, alguns a poucos metros. A maioria se limita a passar a bola para o companheiro mais próximo.A responsabilidade lhes pesa demais, e a bola lhes queima nos pés. É como se, nesse time, o medo de errar e perder superasse a vontade de acertar e vencer.
Mais uma vez, a sofrida torcida riverplatense disse “presente” e quase encheu o Monumental. Este triunfo traz um tênue alívio, mas satisfeito ninguém ficou.



