É muito estranho o que está acontecendo com La Banda neste Apertura 2010: a cada domingo, conforme ganhe ou perca, se alterna entre a ponta do campeonato ou a zona de promoção. À medida que os jogos se sucedem, fica claro que River não está conseguindo superar os problemas dos últimos anos: uma fatídica combinação de defesa vulnerável com pouquíssimo poder ofensivo.
É fato que River continua tomando gols com facilidade – o gol de NOB foi uma cabeçada entre os dois zagueiros centrais – e não cria as jogadas de gol necessárias. Não adianta dizer que fulano ou sicrano perderam o gol. Para fazer 2 ou 3 gols é necessário criar 8 ou 10 situações, coisa que River não faz.
Por isso, e apesar do respeito que temos pelo bom treinador Angel Cappa, discordamos de suas declarações. É discutível que El Millo tenha “jogado bem”, na sua avaliação, se perdeu o jogo. E, mesmo que seja verdade, uma derrota não deixa ninguém contente. Aliás, “jogar bem” é um conceito relativo, e embora no futebol tudo seja possível, é muito difícil perder jogando bem.
Jogar bem significa defender com eficiência e atacar de forma contundente. Quando um time joga assim, imponderáveisà parte, o resultado mais provável é a vitória. Por outro lado, se o adversário converte mais gols que River, a tese de que jogamos bem fica difícil de sustentar.
O problema agora é que, a cada ponto perdido, River fica mais perto da zona de “promoção”,o eufemismo argentino para rebaixamento. Portanto, neste momento River precisa estabelecer prioridades: primeiro, evitar a catástrofe; segundo, alcançar o posto mais alto possível na tabela.
River precisa agora deixar a vergonha de lado e começar a jogar como time pequeno: todos atacam e todos defendem. O objetivo: não tomar gols, e não perder jogos. De fato, 1×0 é suficiente para garantir os três pontos. Até afastar de vez o fantasma que ronda Núñez, não precisa gostarnem golear; basta ganhar.
Somente se atingidos estes objetivos será possível sonhar com o campeonato 2010, e a Libertadores 2011.



