Como no domingo passado, River ganhou seu encontro e os “primos” perderam o seu. Só não foi um domingo perfeito porque, mais uma vez, River não jogou bem. Tradicionalmente, River sempre teve o domínio da bola e do campo, seja como local ou visitante. Ontem, porém, em pleno Monumental, foi Banfield quem comandou essas duas variáveis fundamentais desse jogo chamado futebol.
Desde o início Banfield ameaçou com nos amargar a tarde. Os três primeiros minutos de jogo mostraram a um River desorientado e um Banfield muito próximo de abrir o marcador. O adversário nada mais fez que o que a maioria das equipes vêm fazendo contra River: superpovoar o meio-campo, roubar a bola, e partir rápido em contra-ataque. Bértolo, Fernández e Ferreya se alternavam abertos pelas laterais para atrair a marca, fazer a diagonal, e permitir a entrada de surpresa pelo meio.
Mas River tem Abelairas, que ontem deu indícios de querer voltar a ser o de antes,aquele da pegada que faz a diferença. Iam 36PT quando Pitu executa com perfeição a violenta falta de Bustos sobre Aumada sobre a meia-lua de Banfield. O chute do canhoto de Abelairas foi inalcançável para Lucchetti. O cartão vermelho teria sido uma punição mais adequada para quem faz um carrinho violento daqueles, com os dois pés para frente. A reclamação posterior – que lhe valeu a Lucchetti o cartão amarelo – não se justifica. Pela regra era tiro livre direto, e o árbitro agiu corretamente ao validar o gol. River 1 a 0.
Foi uma decisão acertada de um árbitro que, em geral, se mostrou muito parcial. Buonanotte recebeu pelo menos três faltas por trás que não foram marcadas por Pompei, que deixou de sancionar, e até inverteu, várias faltas sofridas por homens de River. Por outro lado, o juiz foi muito ágil para dar falta a favor de Banfield, sempre que alguém de verde e brancoia parar no chão.
Se não jogou bem, River mostrou ontem muito mais disposição, o que nos faz ter esperança para o futuro. Alguns homens que, no jogo anterior em Rosario, tinham tido desempenhos muito ruins, como Abelairas, Ahumada, Buonanotte, Villagra, mostraram ontem vontade de melhorar e superar de vez a má fase. Muito trabalho, porém, aindaserá necessário.
E River tem Fabbiani, que terminou de inclinar o campo a seu favor. Iam 38ST quando o Ogro desloca com o corpo seu marcador para receber sem marca a reposição lateral de Villagra. A seguir, mete no homem de Banfield uma “caneta” na diagonal e, quase andando, segue com a bola para atrair a marca. Sua intenção é imediatamente “lida” por Falcao e seu passe, irreprochável, deixa o colombiano livre para marcar o segundo. Falcao engana o goleiro e define com perfeição cruzando a bola entre aquele e a trave direita. River 2 a 0. Minutos antes Radamel tinha errado na cara do gol uma bola na qual chega junto com seu marcador.
Depois de muito tempo, River parece estar agora no bom caminho, mas que tenha a bola menos que seu adversário não é aceitável. River também precisa gerar maior volume de jogo. Na conferência de prensa, Gorosito deu mostras de estar ciente destas deficiências. Que, para o bem River e de sua enorme torcida, Pipo também tenha consciência de que os erros devem ser corrigidos quanto antes.



