É melhor escrever antes do jogo desta tarde com Atlético de Tucumán.Muito melhor assim. Ainda tenho a esperança, mais uma vez, de que River deixe atrás esta incrivelmente prolongada má fase, e comece a subir na tabela, se não já para ser campeão, ao menos para lavar a honra dessa camisa tão humilhada nos últimos tempos.
Para este confronto, o técnico Astrada tomou a decisão de fazer na equipe as seguintes modificações:
Lucas Orban por Cristian Villagra. Há muito tempo esta coluna critica as atuações de Villagra, de medíocres para baixo. Como este jogador veio parar na lateral esquerda de River é uma incógnita. Para jogar na posição, se não for canhoto, o homem precisa saber se virar contra a linha de cal. Villagra não defende bem e é inoperante no ataque;é destro, e por isso tem o campo ao contrario. River sempre teve canhotos na posição. Nas poucas vezes que jogou até agora, Orban demonstrou ter melhores condições técnicas, tanto em defensa como em ataque.
Matias Almeyda por Diego Barrado. No atual plantel não tem ninguém capaz de fazer sombra ao “Pelado”, nem mesmo o voluntarioso Domingo. Barrado, um jogador instável que tanto pode se destacar como passar despercebido, não faz a mesma função e é mais um volante por direita, pelo que a troca deve obedecer a razões tácticas. Por seu jogo e capacidade de liderança, Almeyda é hoje quase imprescindível no plantel, o que não deixa de ser preocupante para um homem de 35 anos. Pelo bem de River, que Almeyda possa continuar jogando por um bom tempo, sem se machucar, nem alcançar o limite de cartões amarelos.
Mauro Diaz por Matias Abelairas. Mauro é um volante leve, inteligente, e habilidoso, mas que não deixa de ser uma promessa. Faz quase tudo bem, mas ainda é jovem e inexperiente. No sentido contrário, Abelairas passou de representar uma promessa de ar fresco a um jogador burocrático e frustração quase constante para o torcedor. Não se entende por que Abelairas não assume essa função de volante por esquerda que tanto River necessita.
Mauro Rosales por Cristian Fabbiani. O jogo de River tem ficado muito centralizado ultimamente, e a escalação de Rosales obedece à necessidade de abrir o campo e furar o previsível bloqueio defensivo de um adversário preocupado com o rebaixamento. A entrada de Mauro é lógica, desde que jogue aberto pela direita e haja alguém na área para conectar a bola cruzada. Se Rosales afunilar pelo meio ou pela meia-esquerda do ataque, sua escalação terá sido em vão. Eo que dizer de Fabbiani? O Ogro já teve todas as oportunidades que um centro-avante pode pedir em River. Seu pífio desempenho até agora não permite alimentar esperanças. El Millo precisa urgente de um “matador”.
Analisando o resto da formação de River vemos, com pesar, que o DT abriu mão de vez de ocupar a faixa esquerda do ataque. Já faz muito tempo que os sucessivos técnicos de River, seja Cholo Simeone, Pipo Gorosito, ou Negro Astrada, não escalam ninguém para atacar por lá. Assim, o time fica capenga, com uma perna a menos.
Se as tentativas feitas no passado, com Sambueza, Archubi, etc., pelo corredor esquerdo do ataque foram decepcionantes, agora River parece ter abdicado definitivamente de ocupar uma faixa na qual sempre teve jogadores perigosos. É lamentável, e uma preocupação menos para a defesa adversária.
Vamos ver como River se sai esta tarde. Se fosse anos atrás me atreveria a prognosticar um jogo fácil, e até uma goleada. Do jeito que River vem jogando – e já faz tempo – é melhor ficar calado (e manter os dedos cruzados).



