O elenco de River alcançou, na noite de ontem em Assunção, mais um recorde: foi goleado por 4×2 pelo limitado Nacional de Paraguai. Considerada a equipe mais fraca do grupo, Nacional entrou em campo já eliminadoe, até esse momento, não conhecia a vitória nesta Libertadores 2009. O desempenho de River foi tão pobre que no segundo tempo Nacional lhe deu um verdadeiro “chocolate”, e poderia ter ampliado o placar.

Não há qualquer dúvida de estarmos diante de uma equipe recordista: nos últimos anos River perdeu pontos, jogos, e foi sucessivamente eliminado da Copa Libertadores por clubes sem tradição como USM de Peru, Paulista de Brasil, e Caracas de Venezuela. Alguns destes, inclusive, ganharam por primeira vez jogos na competição continental graças a River. Realmente notável.

Este elenco de homens, responsável por finalizar o Apertura 2008 em último lugar – por primeira vez nos 107 anos de história do clube – a esta altura acostumou sua fiel e enorme torcida a perder, ser eliminado e até goleado de maneira vergonhosa por times sem história que, em outros tempos, tremiam só de pensar que enfrentariam o maior campeão do futebol argentino. Tais façanhassão mérito exclusivo deles.

Esta coluna vinha há meses alertando que Pipo Gorosito tinha começado muito mal à frente do time, que conseguia ser pior que as esquadras dirigidaspor Simeoneou Passarella. Não nos equivocamos. Na visão de qualquer torcedor, a formação da equipe foi absurda, e as substituições feitas ontem pelo técnico, absolutamente equivocadas. A saber:

  • No início do ST, com o jogo 1×1, Gorosito deixou em campo o inoperante Sambueza, ao tempo que manteve Gallardo no banco.
  • Tirou Nicolás Domingo, cuja função era auxiliar Ahumada a recuperar a bola, e mandou para o campo o questionado Abelairas.
  • Sambueza só foi substituído por Gallardo aos 24ST, 10’ depois da expulsão do Enano, e quando o jogo já estava 2×1.
  • No mesmo momento, manda para o campo Mauro Rosales por Cabral (outra vez lesionado?), desguarnecendo totalmente a defesa.

As substituições feitas por Gorosito foram o típico produto do desespero, de alguém que desde o início armou o time de maneira equivocada e quis consertar. Sua expressão ao final do jogo (ver foto) diz tudo. Quando, no dia anterior, LPM divulgou a formação do time, um torcedor comentou “coitado do Vega”. Dito e feito.

O fato é que, mesmo sem grande contundência, River dominava o campo e a bola, e poderia ter mantido o 1×1 até aparecer uma chance de ampliar o marcador. Já no PT o time paraguaio estava mais preocupado em mandar a bola pra fora do que em jogar. Para River era questão de manter a calma e aguardar uma oportunidade.

Claro que a expulsão do irresponsável, inqualificável Buonanotte influenciou o ânimo da equipe e o andamento do jogo, mas nada que possa se comparar às imprudentes substituições dispostas por Gorosito. Pipo, literalmente, desmantelou o time. A goleada que se seguiu foi apenas a conseqüência lógica.

Mais uma vez,um golaço de falta de Gallardofoi desperdiçado em um jogo que não nos trouxe qualquer alegria.